Colecionadoras percebem aumento do preço dos artigos no curto prazo; valorização pode passar de 800% em quatro anos.
Embora não sejam novidade, os investimentos alternativos – aqueles que não fazem parte de categorias convencionais do mercado financeiro – podem render bons retornos aos investidores. Um exemplo é a aplicação em artigos de luxo, como as bolsas de grife, que, conforme apontam pesquisas, podem valorizar muito no curto prazo.
De acordo com relatório da Sotheby’s, uma das maiores casas de leilão do mundo, o preço de uma bolsa do modelo Medium Classic Flap, da Chanel, subiu de cerca de US$ 4.500 para US$ 7.800 nos últimos 5 anos. Ou seja, teve uma valorização 73% no período.
Outro dado curioso é que, segundo o Art Market Research, as vendas totais de bolsas vintage de luxo das quatro casas de leilão mais importantes aumentaram em um terço em 2020, na comparação com 2019, e a tendência de alta ainda continuou no primeiro semestre de 2021. Isto é, estes artigos estão cada vez mais cobiçados, o que pode gerar ainda mais valorização.
O que diz quem investe em bolsas de grife?
Beatrice Stopa, criadora de conteúdo nas redes sociais, contou em entrevista ao InvestNews que sempre teve interesse em itens de moda, mas que apenas começou a investir em bolsas de grife quando conquistou uma boa posição em sua carreira profissional. “Antes, eu não olhava para itens de luxo porque não fazia sentido no momento para mim, tanto financeiramente quanto lifestyle. Até que mudei de emprego e resolvi que iria me dar uma bolsa”, explicou a influencer.
A partir daí, Stopa disse que começou a adquirir os artigos com mais frequência. No entanto, hoje em dia as compras estão mais difíceis, pois os itens estão ainda mais caros devido à valorização das bolsas no mercado e do dólar sobre o real. A moeda norte-americana estava cotada em torno de R$ 5,60 no dia 5 de novembro de 2021, uma alta acumulada de 7,5%.
Porém, a alta do dólar não foi tão ruim para Beatrice, já que ela também percebeu uma certa apreciação no valor de sua coleção de bolsas. Segundo a criadora de conteúdo, ela adquiriu o modelo Bumbag, da Louis Vuitton, por R$ 6.500 em 2019, e hoje a mesma bolsa custa R$ 10.400. Ou seja, o item de grife valorizou 60%.
Outro exemplo é a GG Marmont super mini, da Gucci, comprada por R$ 3.400 em 2018, que atualmente tem o preço de R$ 6.660 – uma alta de 95%. E mais um caso surpreendente é a bolsa tiracolo Kate com tassel, do Yves Saint Laurent (YSL), adquirida pela influencer na Friends & Family, por R$ 1.500 em 2017, e que hoje está avaliada em R$ 13.560 – uma valorização de 804% no período.
Stopa ainda acrescenta que nenhuma depreciou. Segundo ela, todas foram um investimento que, se passado à frente, trarão um retorno financeiro. E para quem quer começar a investir em bolsas de grife, ela indica que “primeiro de tudo é necessário pensar se faz sentido ter, porque às vezes você vai ter medo de usar…”, e que é importante “investir em peças que você sabe que vão estar ali, que combinam com você, que são atemporais…”
Em contrapartida, a influencer sugere que “quem tem um perfil mais descolado, não está apegado muito ao dinheiro e quer desbravar, pode olhar para bolsas mais ligadas às tendências.”
Por último, Beatrice orienta ainda que, assim como ela, as interessadas façam muitas pesquisas antes das compras. Que visitem outlets das marcas e tentem entrar para as listas vip das lojas – que disparam campanhas de ofertas para os mailings.
Um olhar de especialista e colecionadora
Manu Berger, especialista em mercado de luxo e colecionadora de bolsas de grife, também contou ao InvestNews sua experiência como investidora dos artigos. Inicialmente, Berger explicou que sempre foi admiradora do mercado de luxo, por isso, estudou por um longo tempo sobre o tema e, depois, passou a atuar na área.
Ao se especializar, Manu confessou que mudou seu olhar sobre o consumo desses produtos. Ela disse que, ao conhecer o processo de produção de bolsas da Gucci – desde a escolha do couro, recorte e costura –, conseguiu entender com mais clareza o valor dos artigos. Isso em razão de que todos os detalhes das bolsas são pensados e produzidos com muito cuidado. Berger contou que, depois dessa experiência, em condições, pagaria o valor que fosse pelas bolsas.
A colecionadora também falou que já vendeu algumas peças e, apesar do retorno, se arrependeu do negócio. Para Manu, “tudo tem uma história”. Ela não compra uma bolsa apenas para colocar uma carteira dentro, mas porque existe um momento especial que a faz adquirir o artigo e, assim, criar uma relação emocional com a peça. Portanto, pessoalmente para Berger, não é um tipo de investimento que ela procura ter um avanço financeiro.
De todo modo, a especialista ainda reconhece a valorização das peças. Um exemplo é a bolsa Eden PM Monogram Bordeaux, da Louis Vuitton, adquirida pela colecionadora por R$ 3.725,00 em 2013, que hoje está avaliada em R$ 10.300,00. Outro caso impressionante é do modelo Birkin laranja de ferragem prata tamanho 35, da Hermès, que Manu comprou por € 8 mil em 2012 – o que, convertido na época, custava aproximadamente R$ 20 mil – e que, hoje, custa em torno de R$ 84 mil, uma valorização de 320%.
Para quem quer começar a investir em itens de luxo, Berger menciona que o ponto de partida é o conhecimento. “Pesquise sobre essas bolsas… descubra quais são essas marcas, o que elas fazem. Qual é o tipo de valorização e que tipo de peça valoriza”, aconselha a especialista. “Busque ter esse tipo de informação para ter assertividade no investimento”, conclui.
Afinal, investir em bolsas de grife é realmente um bom negócio?
Para a Valeska Nakad, professora de moda da Belas Artes, investir em bolsas de grife pode ser um bom negócio, principalmente no caso de compra de peças raras ou de edições limitas.
Ela conta que a Louis Vuitton faz eventos anuais e convida apenas algumas clientes, e não necessariamente aquelas que mais compram, mas quem a loja acredita que tem o perfil ideal para usar as peças. Então, como somente um público pode adquirir os artigos, posteriormente, eles têm mais valor ainda. “Quando essas pessoas colocam [as bolsas] no mercado à venda, isso pode virar um leilão”, explica a professora.
Além disso, Nakad acrescenta que quem olha para esse mercado seminovo, a peça costuma valorizar se está em bom estado e, principalmente, se tem o certificado de originalidade. Isso em virtude do aumento da pirataria.
Valeska também explica a razão dessas bolsas custarem tanto. Assim como dito por Berger, ela conta que há todo um trabalho manual e exclusivo, então a peça também tem um valor além da marca, que é um tanto simbólico. Ela acrescenta que a compra no Brasil é ainda mais complexa devido ao fato de o dólar estar valendo quase seis vezes mais que o real.
Por outro lado, além do investimento como retorno, a professora menciona que para quem é usuária “está investindo nos benefícios emocionais daquele produto… é um investimento nos benefícios de autoexpressão.”
Na mesma linha, Amnon Armoni, professor de Administração com especialidade em mercado de luxo da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), explica que, para entender o valor desse investimento, inicialmente é necessário compreender o que faz um artigo ser de luxo. Para ele, “os produtos de luxo não são produtos, eles são uma ideia”, eles oferecem uma qualidade extrema, que busca perfeição. Além de que esses artigos normalmente oferecem exclusividade.
Armoni ainda acrescenta que os produtos de luxo precisam ter tradição – item que gera valor às marcas –, mas não só isso, também devem trazer inovação. “As marcas de luxo são o que fizeram e o que continuarão fazendo, porém, também são contemporâneas e têm a obrigação de olhar com um farol para a indústria.”
Portanto, de acordo com o professor, são esses fatos que dão tanta grandeza a essa categoria de artigos. Amnon também aponta que as marcas de luxo se engrandecem a partir de estratégias. Ele explica que uma delas, assim como dito por Nakad, é a escassez planejada da oferta, o que agrega ainda mais valor as bolsas quando vendidas.
Formas de adquirir bolsas de grife
Para aqueles que ficaram interessados em fazer o investimento, é hora de começar a buscar as formas de adquirir as bolsas. Os investidores que forem mais conservadores e preferirem apenas peças novas poderão comprar diretamente nas lojas das marcas, mas os investidores que são moderados ou arrojados poderão se aventurar em brechós de luxo ou até mesmo em leilões.
Aos desbravadores dos últimos perfis de investidores, nesta quinta-feira (11), por exemplo, a Sotheby’s realiza um leilão de bolsas e acessórios com cerca de 70 artigos – entre eles, bolsas da Hermès, Chanel e Louis Vuitton.
Matéria: https://investnews.com.br/financas/investir-em-bolsa-so-que-de-grife-pode-gerar-altos-retornos/
Relógios de luxo como investimento? Veja modelos com maior valorização até 2030
Levantamento do time de cassino on-line da Betway aponta modelos com maior potencial de valorização e lista os itens mais caros do mundo, a preços de até R$ 180 milhões. Veja os dez mais cobiçados
Nem só de ativos financeiros, como ações e cotas de fundos, se faz o universo dos investimentos – que o digam os relógios de luxo.
Um levantamento do time de cassino on-line da Betway divulgado com exclusividade mostra que alguns modelos de marcas como Rolex, Hublot, Tag Heuer e Breitling podem render valorizações de preço de quase 6% ao ano até 2030.
Ainda segundo a pesquisa, outros relógios de luxo, ainda mais exclusivos e cobiçados, têm preços estimados na casa dos milhões de reais – o preço do mais caro já vendido foi de atuais R$ 180 milhões.
É um mercado de raridades, que tradicionalmente manteve a atratividade entre públicos de itens de luxo e, nos últimos anos, têm feito sucesso principalmente entre bilionários na Ásia e no Oriente Médio.
Esses relógios são tão valiosos assim por uma série de fatores, como tecnologia de ponta e uso de metais preciosos na mecânica e nos ornamentos. Mas a principal razão é a combinação entre alta demanda e baixa disponibilidade, com lançamentos em séries limitadas e, por vezes, batizados em homenagem a pessoas, lugares ou eventos famosos.
Duas marcas lideram a lista de relógios supercobiçados, ambas fabricantes suíças: a Patek Philippe e a Rolex. O líder nesse ranking de ponteiros milionários é o modelo Grandmaster Chime, da Patek Philippe, número de referência 6300A, leiloado, em 2019, por 31 milhões de francos suíços (cerca de R$ 180 milhões à época).
Em segundo lugar no ranking de relógios mais caros preparado pelo time de cassino on-line da Betway aparece o modelo Paul Newman Daytona, da Rolex – uma adaptação do clássico Daytona customizada para o célebre ator norte-americano (1925-2008), considerada uma espécie de Santo Graal dos relógios de pulso e avaliado atualmente em R$ 97,2 milhões.
Matéria: https://valorinveste.globo.com/objetivo/gastar-bem/noticia/2021/01/17/relogios-de-luxo-como-investimento-veja-modelos-com-maior-valorizacao-ate-2030.ghtml
Entenda por que comprar uma bolsa de luxo pode ser um investimento
Especialistas explicam que modelos clássicos valorizam a cada ano. Marcas como Chanel, Hermès e Louis Vuitton estão entre as preferidas
Comprar uma bolsa de luxo é um sonho de muitos fashionistas. No entanto, a aquisição pode estar muito além de um capricho ou da vontade de compor looks com o acessório. O ato pode ser um verdadeiro investimento. Mesmo em meio à pandemia, que gerou uma crise global, alguns itens de luxo tiveram valorização significativa.
No mercado de luxo, há marcas específicas que sempre estão em alta. No topo, estão etiquetas francesas, como Hermès, Dior, Chanel, Louis Vuitton, Saint Laurent e Balenciaga. Em empresas de revenda de luxo, elas são as mais procuradas. Marcas italianas também são relevantes na temática. Entre elas, estão Gucci, Bottega Veneta, Fendi, Prada, Valentino.
Especialista em mercado de luxo e fundador da MCF Consultoria, Carlos Ferreirinha destaca que as bolsas representam uma forte força de compra no mundo, sobretudo por serem acessórios indispensáveis, que estão há décadas na rotina das mulheres, principalmente.
A consultora de imagem Valeria Doustaly explica que, como qualquer outro investimento, a ação de adquirir uma bolsa de luxo demanda cuidado. “São caras, tanto para quem não tem quanto para quem tem dinheiro. O valor absoluto é caro. São bolsas que a maioria das pessoas que querem vão tomar um tempo para a decisão”, aponta a argentina, idealizadora da iniciativa Paris Style Week, especializada em cursos de moda.
A partir dos anos 1990, o termo “it bag” passou a ser usado para se referir aos modelos que viravam tendência. “Também conhecidas como o ‘must-have’, são as peças que fashionistas e modelos da década mostravam. As grandes marcas também começaram a impulsionar os acessórios como porta de entrada para o consumo”, recorda.
“A febre fez com que as pessoas sentissem que era bom investir em uma bolsa que era considerada uma it bag. E também, ao comprar uma it bag, o consumo é levado para um lugar de pertencimento social”, completa Doustaly
O que faz uma bolsa ser icônica?
É importante destacar que o mercado de luxo é um segmento seleto, que envolve status e privilégios. Pensando nesse público, a cada nova temporada, as grifes renomadas apresentam inúmeras opções de bolsas. Além de alguns modelos novos, costumam aparecer versões reeditadas de itens clássicos.
Carlos Ferreirinha ressalta que essas marcas têm décadas de história. “As principais marcas de luxo globais existem há mais de 100 anos, algumas chegando aos 200 anos. Marcas como Louis Vuitton e Hermès já possuem mais de 150 anos. A credibilidade de todos esses anos gera uma confiança de que elas seguirão crescendo”, afirma.
Entre os exemplos, está a famosa Lady Dior, que homenageia a princesa Diana. Em 1995, a monarca ganhou uma bolsa de presente da então primeira-dama da França, Bernadette Chirac, ao visitar Paris. Em seguida, Lady Di foi fotografada com o gift em diversos momentos. Isso fez o modelo, até então chamado Chouchou, ser rebatizado, tornando-se um clássico da marca francesa Dior.
Outra personalidade que deu nome a um item de luxo foi a atriz Grace Kelly. A estrela de Hollywood eternizou a peça quando a usou para esconder a barriga de grávida dos paparazzi, em 1956. A foto foi parar na capa da revista Life. Em 1977, a bolsa – anteriormente chamada Sac à Dépêches – foi rebatizada.
Giovanna Nardelli, fundadora da Rent Bela, plataforma de revenda e aluguel de bolsas de luxo, lembra que as bolsas icônicas são ‘amigas’ do tempo . “Uma bolsa icônica é atemporal e clássica. Modelos que não saem de linha, como Alma, da Louis Vuitton; Clássica Double Flap, da Chanel; e Galleria, da Prada”, exemplifica a empreendedora.
O histórico duradouro de sucesso é indispensável, como acentua Doustaly. “Nunca poderíamos falar de uma bolsa icônica que acaba de ser lançada. Uma bolsa recém-lançada pode ser famosa e muito comprada, mas não icônica”, explica a consultora de imagem.
Segundo a especialista, os itens mais marcantes estão no próprio patrimônio de valor e no storytelling [narrativa de apresentação] das marcas. “São bolsas que têm quase uma vida própria dentro da marca. São muito procuradas, são icônicas através do tempo. Elas persistem”, conta Valeria Doustaly.
“A 2.55 da Chanel, por exemplo, foi criada pela própria Coco Chanel, em fevereiro de 1955. E a marca, mesmo desenvolvendo novas bolsas, mantém o modelo. É muito procurada, faz parte do patrimônio da etiqueta”, exemplifica. Outros bons exemplos são a Baguette, da Fendi, e a Speedy, da Louis Vuitton.
Investimento
A valorização de uma bolsa de luxo pode ser superior a outros investimentos do mercado, como explana Carlos Ferreirinha. “Já existe um ícone informal no mercado que é o Índice Hermès; o mesmo tipo de índice do Big Mac, por exemplo”, elucida.
Nos últimos tempos, um fator que tem contribuído é a alta do mercado de segunda mão. A conscientização em relação ao impacto da moda no meio ambiente e a consolidação das mídias sociais como a grande voz do consumidor moderno transformaram o desapego na tendência que mais cresce no universo fashion.
De acordo com uma pesquisa da empresa de análise de varejo GlobalData, o valor global movimentado pelo second hand deve ir de US$ 24 bilhões para US$ 51 bilhões. Outro estudo, do e-commerce de revendas ThredUp, estima que o segmento de revendas deve movimentar cerca de US$ 64 bilhões até 2024.
Matéria: https://www.metropoles.com/colunas/ilca-maria-estevao/entenda-por-que-comprar-uma-bolsa-de-luxo-pode-ser-um-investimento
Investir em bolsa (só que de grife) pode gerar altos retornos
Colecionadoras percebem aumento do preço dos artigos no curto prazo; valorização pode passar de 800% em quatro anos.
Embora não sejam novidade, os investimentos alternativos – aqueles que não fazem parte de categorias convencionais do mercado financeiro – podem render bons retornos aos investidores. Um exemplo é a aplicação em artigos de luxo, como as bolsas de grife, que, conforme apontam pesquisas, podem valorizar muito no curto prazo.
De acordo com relatório da Sotheby’s, uma das maiores casas de leilão do mundo, o preço de uma bolsa do modelo Medium Classic Flap, da Chanel, subiu de cerca de US$ 4.500 para US$ 7.800 nos últimos 5 anos. Ou seja, teve uma valorização 73% no período.
Outro dado curioso é que, segundo o Art Market Research, as vendas totais de bolsas vintage de luxo das quatro casas de leilão mais importantes aumentaram em um terço em 2020, na comparação com 2019, e a tendência de alta ainda continuou no primeiro semestre de 2021. Isto é, estes artigos estão cada vez mais cobiçados, o que pode gerar ainda mais valorização.
O que diz quem investe em bolsas de grife?
Beatrice Stopa, criadora de conteúdo nas redes sociais, contou em entrevista ao InvestNews que sempre teve interesse em itens de moda, mas que apenas começou a investir em bolsas de grife quando conquistou uma boa posição em sua carreira profissional. “Antes, eu não olhava para itens de luxo porque não fazia sentido no momento para mim, tanto financeiramente quanto lifestyle. Até que mudei de emprego e resolvi que iria me dar uma bolsa”, explicou a influencer.
A partir daí, Stopa disse que começou a adquirir os artigos com mais frequência. No entanto, hoje em dia as compras estão mais difíceis, pois os itens estão ainda mais caros devido à valorização das bolsas no mercado e do dólar sobre o real. A moeda norte-americana estava cotada em torno de R$ 5,60 no dia 5 de novembro de 2021, uma alta acumulada de 7,5%.
Porém, a alta do dólar não foi tão ruim para Beatrice, já que ela também percebeu uma certa apreciação no valor de sua coleção de bolsas. Segundo a criadora de conteúdo, ela adquiriu o modelo Bumbag, da Louis Vuitton, por R$ 6.500 em 2019, e hoje a mesma bolsa custa R$ 10.400. Ou seja, o item de grife valorizou 60%.
Outro exemplo é a GG Marmont super mini, da Gucci, comprada por R$ 3.400 em 2018, que atualmente tem o preço de R$ 6.660 – uma alta de 95%. E mais um caso surpreendente é a bolsa tiracolo Kate com tassel, do Yves Saint Laurent (YSL), adquirida pela influencer na Friends & Family, por R$ 1.500 em 2017, e que hoje está avaliada em R$ 13.560 – uma valorização de 804% no período.
Stopa ainda acrescenta que nenhuma depreciou. Segundo ela, todas foram um investimento que, se passado à frente, trarão um retorno financeiro. E para quem quer começar a investir em bolsas de grife, ela indica que “primeiro de tudo é necessário pensar se faz sentido ter, porque às vezes você vai ter medo de usar…”, e que é importante “investir em peças que você sabe que vão estar ali, que combinam com você, que são atemporais…”
Em contrapartida, a influencer sugere que “quem tem um perfil mais descolado, não está apegado muito ao dinheiro e quer desbravar, pode olhar para bolsas mais ligadas às tendências.”
Por último, Beatrice orienta ainda que, assim como ela, as interessadas façam muitas pesquisas antes das compras. Que visitem outlets das marcas e tentem entrar para as listas vip das lojas – que disparam campanhas de ofertas para os mailings.
Um olhar de especialista e colecionadora
Manu Berger, especialista em mercado de luxo e colecionadora de bolsas de grife, também contou ao InvestNews sua experiência como investidora dos artigos. Inicialmente, Berger explicou que sempre foi admiradora do mercado de luxo, por isso, estudou por um longo tempo sobre o tema e, depois, passou a atuar na área.
Ao se especializar, Manu confessou que mudou seu olhar sobre o consumo desses produtos. Ela disse que, ao conhecer o processo de produção de bolsas da Gucci – desde a escolha do couro, recorte e costura –, conseguiu entender com mais clareza o valor dos artigos. Isso em razão de que todos os detalhes das bolsas são pensados e produzidos com muito cuidado. Berger contou que, depois dessa experiência, em condições, pagaria o valor que fosse pelas bolsas.
A colecionadora também falou que já vendeu algumas peças e, apesar do retorno, se arrependeu do negócio. Para Manu, “tudo tem uma história”. Ela não compra uma bolsa apenas para colocar uma carteira dentro, mas porque existe um momento especial que a faz adquirir o artigo e, assim, criar uma relação emocional com a peça. Portanto, pessoalmente para Berger, não é um tipo de investimento que ela procura ter um avanço financeiro.
De todo modo, a especialista ainda reconhece a valorização das peças. Um exemplo é a bolsa Eden PM Monogram Bordeaux, da Louis Vuitton, adquirida pela colecionadora por R$ 3.725,00 em 2013, que hoje está avaliada em R$ 10.300,00. Outro caso impressionante é do modelo Birkin laranja de ferragem prata tamanho 35, da Hermès, que Manu comprou por € 8 mil em 2012 – o que, convertido na época, custava aproximadamente R$ 20 mil – e que, hoje, custa em torno de R$ 84 mil, uma valorização de 320%.
Para quem quer começar a investir em itens de luxo, Berger menciona que o ponto de partida é o conhecimento. “Pesquise sobre essas bolsas… descubra quais são essas marcas, o que elas fazem. Qual é o tipo de valorização e que tipo de peça valoriza”, aconselha a especialista. “Busque ter esse tipo de informação para ter assertividade no investimento”, conclui.
Afinal, investir em bolsas de grife é realmente um bom negócio?
Para a Valeska Nakad, professora de moda da Belas Artes, investir em bolsas de grife pode ser um bom negócio, principalmente no caso de compra de peças raras ou de edições limitas.
Ela conta que a Louis Vuitton faz eventos anuais e convida apenas algumas clientes, e não necessariamente aquelas que mais compram, mas quem a loja acredita que tem o perfil ideal para usar as peças. Então, como somente um público pode adquirir os artigos, posteriormente, eles têm mais valor ainda. “Quando essas pessoas colocam [as bolsas] no mercado à venda, isso pode virar um leilão”, explica a professora.
Além disso, Nakad acrescenta que quem olha para esse mercado seminovo, a peça costuma valorizar se está em bom estado e, principalmente, se tem o certificado de originalidade. Isso em virtude do aumento da pirataria.
Valeska também explica a razão dessas bolsas custarem tanto. Assim como dito por Berger, ela conta que há todo um trabalho manual e exclusivo, então a peça também tem um valor além da marca, que é um tanto simbólico. Ela acrescenta que a compra no Brasil é ainda mais complexa devido ao fato de o dólar estar valendo quase seis vezes mais que o real.
Por outro lado, além do investimento como retorno, a professora menciona que para quem é usuária “está investindo nos benefícios emocionais daquele produto… é um investimento nos benefícios de autoexpressão.”
Na mesma linha, Amnon Armoni, professor de Administração com especialidade em mercado de luxo da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), explica que, para entender o valor desse investimento, inicialmente é necessário compreender o que faz um artigo ser de luxo. Para ele, “os produtos de luxo não são produtos, eles são uma ideia”, eles oferecem uma qualidade extrema, que busca perfeição. Além de que esses artigos normalmente oferecem exclusividade.
Armoni ainda acrescenta que os produtos de luxo precisam ter tradição – item que gera valor às marcas –, mas não só isso, também devem trazer inovação. “As marcas de luxo são o que fizeram e o que continuarão fazendo, porém, também são contemporâneas e têm a obrigação de olhar com um farol para a indústria.”
Portanto, de acordo com o professor, são esses fatos que dão tanta grandeza a essa categoria de artigos. Amnon também aponta que as marcas de luxo se engrandecem a partir de estratégias. Ele explica que uma delas, assim como dito por Nakad, é a escassez planejada da oferta, o que agrega ainda mais valor as bolsas quando vendidas.
Formas de adquirir bolsas de grife
Para aqueles que ficaram interessados em fazer o investimento, é hora de começar a buscar as formas de adquirir as bolsas. Os investidores que forem mais conservadores e preferirem apenas peças novas poderão comprar diretamente nas lojas das marcas, mas os investidores que são moderados ou arrojados poderão se aventurar em brechós de luxo ou até mesmo em leilões.
Aos desbravadores dos últimos perfis de investidores, nesta quinta-feira (11), por exemplo, a Sotheby’s realiza um leilão de bolsas e acessórios com cerca de 70 artigos – entre eles, bolsas da Hermès, Chanel e Louis Vuitton.
Matéria: https://investnews.com.br/financas/investir-em-bolsa-so-que-de-grife-pode-gerar-altos-retornos/
Gucci lança collab com Harry Styles
O cantor Harry Styles lançou uma coleção de roupas em parceria com a Gucci neste último final de semana, 19, na Semana da Moda Masculina em Milão, na Itália. Chamada de “HA HA HA”, as roupas são assinadas pelo cantor e por Alessandro Michele, diretor criativo da grife e autor do figurino de sua atual turnê. Segundo uma entrevista à revista internacional Dazed, Michele afirmou que a ideia da parceria entre os dois surgiu quando conversavam sobre o “guarda-roupa dos sonhos”, incluindo referências sobre a estética Boêmia e pop britânica dos anos 70, como lenços de pescoço e padronagem xadrez. A coleção trouxe 25 peças com calças de alfaiataria dos anos 70 e camisas estampadas. Devem chegar às lojas no final do ano com previsão para final de outubro.
Não é a primeira vez que Harry Styles trabalha em colaboração com Michele e a marca italiana. Em 2017, o cantor se tornou embaixador da Gucci e no ano seguinte estrelou a campanha Men’s Tailoring Cruise, quando a empresa reforçou seu compromisso de não trabalhar mais com a pele de animais. Após a primeira campanha para a marca, Harry estrelou outra no mesmo ano.
Matéria: https://lifestylebrazil.com.br/gucci-lanca-collab-com-harry-styles/
Artigos de luxo se valorizam no mercado de revenda e viram opção de investimento
Os preços da bolsa Chanel Classic Flap Jumbo subiram 52% no período entre junho de 2020 e dezembro de 2021, segundo dados do The RealReal, um dos maiores ecommerces de segunda mão de luxo do mundo.
O rendimento chegou a superar o desempenho do índice norte-americano S&P 500, que atingiu mais de 80 máximas recordes no mesmo período e acumulou alta de 48%.
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A valorização fez esse artigo icônico, lançado há mais de 50 anos, se transformar em uma opção de investimento, ao lado de outras marcas e artigos que também mantiveram o seu apelo cultural ao longo dos anos.
Negociada na plataforma RealReal por US$ 4,6 mil (R$ 23,4 mil) em junho de 2021, a bolsa passou a valer US$ 7 mil (R$ 35 mil) em dezembro. A valorização no mercado secundário, inclusive, superou o avanço visto no mercado primário, de 41%. Lá, os valores estimados de venda passaram de US$ 6,7 mil (R$ 34 mil) para US$ 9,5 mil (R$ 48 mil).
Luanna Toniolo, fundadora e CEO do brechó brasileiro Troc, cita os aumentos nos custos das matérias-primas por conta da pandemia como um dos motivos que impulsionaram a valorização recente. Marcas como Chanel e Louis Vuitton, por exemplo, anunciaram reajustes globais que chegaram a 60% em alguns modelos no último ano.
“Os consumidores foram atraídos para a revenda, onde os preços são menores, como uma oportunidade de manterem seu padrão de consumo”, diz Toniolo. “Afinal, se os itens são autênticos, bem conservados e a experiência de serviço é premium, a quebra de paradigma cultural acaba sendo facilitada nessa circunstância.”
Dados do Art Market Research mostram que, no mercado de luxo, as bolsas foram os itens que mais se valorizaram nos últimos dez anos.
Com uma alta de 83% nos preços, elas ficaram na frente dos relógios de luxo, que valorizaram 72%, dos livros de primeira edição, que subiram 40%, e de moedas antigas, com valorização de 20% no mesmo período.
É preciso lembrar, no entanto, que a precificação de artigos de luxo segue uma dinâmica própria. Embora os preços sejam menores no mercado secundário, a valorização costuma ser mais acentuada por conta da escassez desses produtos no mercado primário, além do próprio repasse do aumento dos preços oficiais.
Características desse investimento
A Chanel Flap, assim como outras peças clássicas, pode ser considerada um investimento de alta liquidez – ou seja, é fácil vendê-la.
Segundo Bruna Soares, CEO do brechó de luxo Nobz, normalmente há longas filas de espera por esses itens – eles não costumam ficar em estoque por mais de cinco dias e às vezes são vendidos antes mesmo dos anúncios irem ao ar.
Porém, isso não acontece com qualquer artigo de luxo.
“Existem peças que perdem valor ao longo do tempo por não serem peças clássicas da marca. As bolsas clássicas tendem a valorizar ao longo do tempo, enquanto as bolsas de coleção, que têm pouca liquidez e caem mais facilmente em desuso, tendem a desvalorizar”, diz Soares. “É preciso ser assertivo na escolha da bolsa se a intenção é investir.”
A Tory Burch logo bag e a Michael Kors logo bag são exemplos de itens de luxo que não funcionaram bem como investimentos: os preços recuaram 15% e 9% entre 2020 e 2021, respectivamente.
Flávio de Oliveira, head de renda variável da Zahl Investimentos, porém, argumenta que artigos de luxo podem, sim, ser uma boa opção de investimento.
“Eles são anticíclicos. As pessoas que têm dinheiro costumam manter seu padrão de vida mesmo em momentos de crise, então esses produtos acabam vendo uma demanda muito mais estável ao longo do tempo”, explica. “O recente crescimento de riqueza no Oriente também ajudou a impulsionar o consumo e os preços desses produtos. Muitas marcas estão surfando principalmente na onda dos países que eram mais pobres.”
Antes de revender
Mesmo tendo em mãos a bolsa certa, é preciso tomar alguns cuidados para garantir um bom valor de revenda.
O brechó Gringa recomenda sempre guardar os acessórios que vêm com uma bolsa nova, incluindo as dust bags – que são os sacos originais de flanela ou algodão que protegem o produto -, a fim de incluí-los na hora da revenda.
Se a bolsa é pouco utilizada, é importante manter a rotina de colocá-la para arejar por algumas horas a cada dois meses, longe da luz direta do sol. Para manter a modelagem intacta e evitar amassos, recomenda-se a utilização de algum tipo de enchimento, seja plástico bolha ou um papel delicado amassado.
Como as marcas de luxo podem ganhar dinheiro no metaverso?
O Gringa também alerta que nunca se deve guardar bolsas encostadas umas nas outras, para evitar manchas e aderências no couro. E em hipótese alguma deve-se colocar produtos anti-mofo no local de armazenamento das bolsas, já que eles podem causar danos aos materiais.
Quem está planejando vender um artigo de luxo também deve se atentar às comissões cobradas pelos brechós.
Na Gringa, para produtos que valem mais de R$ 14.999, a comissão da loja fica em 25%. Na Nobz, itens vendidos por mais de R$ 7.999 têm comissão de 35%, enquanto na The RealReal, para bolsas de mais de US$ 4.995 (R$ 25,4 mil), a taxa é de 20%.
Além da Chanel Flap
A Louis Vuitton Speedy e a Louis Vuitton Neverfull são modelos de bolsas que também são muito procurados no mercado secundário, segundo Bruna Soares, da Nobz. A Speedy subiu cerca de 28% considerando o período de junho de 2020 a dezembro de 2021, e a Neverfull, 41%.
A Gucci Soho é outra recordista: o modelo valorizou 144% desde março de 2019. A executiva afirma, porém, que o ritmo de crescimento dos preços do modelo vem diminuindo.
“A valorização em dezembro de 2021, na base anual, foi de apenas 0,2%. Isso quer dizer que a hora de vender uma Gucci Soho é agora”, diz Soares.
Um levantamento da OLX Brasil mostrou que, nos últimos seis meses, os acessos aos sites de revenda no Brasil aumentaram 30%. Já nos últimos três anos, o mercado secundário cresceu 21 vezes a mais do que o mercado de produtos novos.
“É um mercado que tem vantagens para todos dentro da cadeia”, diz a CEO da Nobz. “Quem vende tem a oportunidade de reaver o valor investido na peça e até mesmo lucrar em cima dela; quem compra, passa a ter acesso a um produto antes inatingível. E o meio ambiente se beneficia imensamente da proposta desse mercado.”
Imagem de Christine Sponchia por Pixabay
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Na contramão da crise econômica, mercado de luxo cresce no Brasil
Ao contrário de marcas nacionais e setores que sofreram impacto econômico durante a pandemia, o mercado de luxo vem ganhando destaque e crescendo.
A Associação Brasileira das Empresas de Luxo (Abrael) viu as vendas de itens de alto padrão despontarem a partir do ano passado. A classe média alta que investia seu dinheiro em produtos no exterior passou a consumir no país e o resultado foi o crescimento médio de 51,74% em setembro de 2021 em relação ao mesmo período do ano passado.
Essa mudança de comportamento e hábitos de consumo das pessoas também provocou um olhar das marcas para o Brasil. Roberto Veiga, coordenador da Abrael explica que, antes da pandemia, esse tipo de consumidor comprava peças de grife no exterior.
“Como o brasileiro não pode viajar para fazer compras, as marcas perceberam uma demanda potente no país e começaram a investir. Hoje, peças exclusivas que não chegavam por aqui, agora chegam, acompanhando o cenário internacional”, destacou Veiga.
De acordo com o levantamento divulgado pela Abrael, a receita do mercado de bens de luxo chegou a US$ 5,226 bilhões em 2020. A projeção é de um aumento de 3% até 2025.
A maior movimentação acontece nos principais shoppings que oferecem variações de marcas internacionais como Iguatemi e Cidade Jardim, em São Paulo, Village Mall e Rio Designer, no Rio de Janeiro; Flamboyant Shopping, em Goiânia, além do Diamond Mall, em Belo Horizonte.
O boom de vendas dessas lojas aconteceu, principalmente, por meio do e-commerce, com 694% de crescimento do consumo. Mesmo com as restrições da pandemia, as vendas nos shoppings não foram tão afetadas por conta dos serviços de entregas e vendas por aplicativos e redes sociais.
O destaque do levantamento vai para os produtos cosméticos da companhia Estée Lauder, que engloba diversas marcas, que representaram cerca de 15% do mercado de bens de luxo. São produtos como perfumes, cuidados com a pele, cremes, máscaras faciais, maquiagens, entre outros.
Segundo Roberto Veiga, o consumo de luxo da pandemia foi sofrendo alterações com o passar do tempo. No primeiro momento, as pessoas procuraram por autocuidado, a exemplo dos produtos específicos de skincare, seguido de artigos para casa. Já após as flexibilizações, começaram a investir também em roupas, automóveis, lanchas e jatinhos.
“À medida que o tempo ia passando, as prioridades do consumidor foram sofrendo alterações. No início da pandemia, vimos uma procura por autocuidado e bem-estar. Agora, estamos percebendo um upgrade em bens de consumo como carros e viagens. Para se ter uma noção, carros como Jaguar e Porshe estão com alta procura no mercado”, apontou.
Imagem de 明辉 李 por Pixabay
CNN Brasil: https://www.cnnbrasil.com.br/business/na-contramao-da-crise-economica-mercado-de-luxo-cresce-no-brasil/
Com mais milionários no mundo, mercado de luxo cresce na pandemia
Neste mês, Louis Vuitton completaria 200 anos. Estamos falando do homem Louis Vuitton – não da empresa. Nascido em Jura, na França, em 1821, o designer abriu sua primeira loja em 1854, focada – até então – em malas de viagem personalizadas.
Hoje, a companhia Louis Vuitton, também conhecida como LV, é a marca de luxo mais valiosa do mundo, segundo o Grupo Kantar. Usando uma metodologia própria, que inclui não apenas dados financeiros corporativos, mas também pesquisas de consumo, a empresa de análise de dados avaliou a marca em US$ 75 bilhões em 2020. Isso é quase US$ 30 bilhões a mais do que a segunda principal marca de luxo no segmento, a Chanel, que foi avaliada em US$ 47 bilhões.
A LV é agora propriedade da LVMH Moet Hennessey Louis Vuitton, um conglomerado de alto luxo que controla cerca de 75 marcas, incluindo Christian Dior, TAG Heuer e Bulgari. Sua aquisição mais recente, a varejista de joias norte-americana Tiffany, foi concluída em janeiro.
Balanço financeiro da LVMH
O conglomerado com sede em Paris acaba de registrar uma receita recorde no primeiro semestre do ano, gerando notáveis € 28,7 bilhões (US$ 34 bilhões), uma alta de 56% em relação ao mesmo período de 2020, e um crescimento de 14% contra 2019.
O setor que mais cresceu em vendas foi o de moda com artigos de couro, do qual a LV faz parte. A demanda atual por produtos LV é tão alta que os consumidores muitas vezes precisam entrar em uma lista de espera.
Esse segmento gerou receita recorde de € 13,8 bilhões (US$ 16,4 bilhões) nos primeiros seis meses deste ano, com aumento de 81% em relação a 2020 e de 38% na comparação com 2019. Já o lucro dessas vendas foi de € 5,6 bilhões (US$ 6,7 bilhões), também um novo recorde para a LVMH.
As vendas têm sido excepcionalmente fortes à medida que as economias são gradualmente reabertas, com consumidores de luxo ávidos por gastar o dinheiro que economizaram durante os meses de isolamento social causado pela pandemia da Covid-19.
A grande dúvida que os investidores podem ter é: se os bons frutos continuarão no futuro ou se trata-se de algo pontual e chegamos a um ponto de inflexão?
Um dos pontos a favor dos negócios do grupo é que o poder de compra dos consumidores continuou a se expandir, principalmente com o aumento no número de milionários.
Milionários agora representam 1% da população global
Com a forte valorização do mercado de ações e taxas de juros próximas a zero, a pandemia não desacelerou a criação de capital para muitas pessoas. Pela primeira vez, mais de 1% da população global pode ser considerada milionária (em dólares).
Só em 2020, as dez principais economias tiveram a adição de 5,2 milhões de novos milionários, de acordo com o Credit Suisse, elevando para 56,1 milhões o número de pessoas com mais de US$ 1 milhão em patrimônio, o maior já registrado.
Segundo levantamento do Credit Suisse, em todas as dez principais economias do mundo (o Brasil não faz parte), o número de milionários aumentou entre 2019 e 2020: os EUA adicionaram o maior número de milionários (1,7 milhão), seguidos pela Alemanha (633 mil) e Austrália (392 mil).
Mas não foi apenas esse 1% do topo que expandiu seu poder de compra. Ajustado pela inflação, a renda pessoal disponível nos Estados Unidos em 2019 foi em média de US$ 14.882, o maior já registrado até aquele ponto. É considerada como renda disponível é o que alguém tem para gastar após a dedução do imposto de renda.
Esse número disparou novamente em 2020, para US$ 15.770, mas o aumento foi provavelmente resultado dos estímulos contra a crise que atingiram as contas bancárias dos norte-americanos. Muitas das famílias em quarentena guardaram o dinheiro porque não podiam sair para comer fora ou para entretenimento.
O Índice de Confiança do Consumidor norte-americano, que mede o quanto os consumidores no país estão otimistas em relação às suas finanças pessoais, subiu em julho para 129,1, na maior leitura desde fevereiro do ano passado. Todo esse contexto pode beneficiar as vendas de luxo ao redor do mundo.
Imagem de Gerhard Kienzle por Pixabay
FORBES: https://forbes.com.br/forbes-money/2021/08/com-mais-milionarios-no-mundo-mercado-de-luxo-cresce-na-pandemia/